sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Povo não aceita tudo, pois não?

Que era um disparate dizer-se que chegado ao Governo cortaria o subsídio de férias! Que não aumentaria impostos! E já conhecia de cor e salteado o memorando que PS, PSD e CDS assinaram com a Troika!
São ideias que importa não esquecer, porque foram da autoria daquele que, na altura, ansiava ser Primeiro-ministro e que agora, graças a Cavaco Silva, o ainda é, de facto! O CDS, esse, era o partido dos pensionistas e dos contribuintes! Que faria se não fosse!!!
Chegados ao Governo depressa esqueceram tudo o que apregoaram! Austeridade à bruta e tornaram-se destruidores de um país repleto de potencialidades e vendedores de ilusões. Para o exterior são de uma submissão absoluta, para o interior é ver quem mais faz de quem tolo! Assim, em 2011, Passos Coelho afiançou que os sacrifícios dariam frutos no ano seguinte porque 2012 seria o ano da viragem. Não foi! De resto foi ainda pior que 2011! Não foi de modas: em 2012 assegurou que afinal 2013 é que seria o ano do crescimento económico. Não será! Todas as previsões asseguram que este será o terceiro ano consecutivo de recessão. Agora dizem que em 2014 é que é, e já veio o Bando de Portugal dizer que não contem mais do que com uma estagnação económica no ano que vem!
Isto não acaba! Só acaba quando eles sentirem que conseguiram, com uma maioria parlamentar, um Governo e um Presidente (o velho sonho da direita), implementar o seu plano ideológico, esvaziando o Estado e os serviços públicos que ele assegura e criando aquela sociedade selvagem onde quem tem dinheiro vive, e quem não tem sobrevive se puder e for sujeito de caridade bastante!
Pelo meio tivemos aqueles episódios, tão desgastantes, de Miguel Relvas, da demissão de Vítor Gaspar (onde admitiu erros crassos da política do Governo, o que dito por um dos seus principais protagonistas tem que se lhe diga!), da demissão irrevogável de Paulo Portas (que um dia depois já aceitava ser Vice Primeiro Ministro), das comunicações do Presidente da República (salvadoras da direita e não do país!), da nomeação da Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque (que fez daqueles contratos ruinosos para o Estado, swaps, e que assegura que não sabia daquilo de que foi informada), da nomeação de um Secretário de Estado, Joaquim Pais Jorge (que vendeu swaps, aqueles contratos altamente lesivos para o Estado português), da nomeação do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete (que vendeu ações das SLN ao BPN), e já antes do secretário de Estado Franquelim Alves (também ligado ao BPN)…
(As reticências indicam que julgo que isto não acaba por aqui!!)
Um povo não aceita tudo, pois não? Eles tentarão jogar com a memória curta. É preciso que muitos alguéns lhes lembrem que este povo não tem memória curta! Especialmente quando se preparam para cortar mais nas pensões, e nos salários, e nos serviços públicos… e na vida dos portugueses! Sem ética social nem política, este país não se salva!

artigo da Deputada do PEV, Heloísa Apolónia publicado no Setúbal na Rede