sexta-feira, 15 de junho de 2012

DEFICIÊNCIAS NA LINHA FÉRREA DO ALGARVE



Deficiências na Linha Ferroviária do Algarve motivam pergunta de “Os Verdes” no Parlamento

O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério da Economia e do Emprego, sobre as deficiências de serviço na Linha Ferroviária do Algarve, um serviço que se debate com graves problemas de falta de meios humanos e com as constantes avarias do material circulante.

PERGUNTA:


A falta de meios humanos na Linha do Algarve é uma realidade que cria deficientes condições de trabalho e a uma má prestação de serviço. Ao longo dos últimos anos, a falta de operadores de revisão (ORV’s) tem sido uma realidade no Depósito da Revisão de Faro. Os trabalhadores têm sido penalizados, mas tudo tem feito para manter, de forma regular, o serviço regional na linha do Algarve.
A empresa tem recorrido aos operadores venda e controle (OVC’s) das estações de Vila Real de Sto. António e de Lagos para a realização de comboios, ficando as estações encerradas, lesando as populações locais, o Algarve enquanto destino turístico e a própria CP nos seus objetivos comerciais.
A empresa tem recorrido com frequência aos ORV’s do depósito de revisão de Lisboa, aos OVC’s em serviço na estação de Tavira e todo o pessoal destas categorias tem sido obrigado a laborar em regime de trabalho extraordinário, para manter a linha em funcionamento, algumas vezes contra a sua vontade, porque são seres humanos e devem ter o seu tempo de descanso e lazer para estarem com os seus familiares e amigos.
Como exemplo podemos, dizer que o depósito de revisão de Faro tem 14 agentes o que representa 58% das suas necessidades. Relativamente ao funcionamento das bilheteiras, a situação é caótica. Devido ao desvio dos seus trabalhadores, chegam a estar encerradas 85% das bilheteiras existentes na linha. A bilheteira da estação de Lagos, com prestação de serviço internacional, encerra todos os dias úteis pelas 16.30h.
O material circulante, que foi transferido da linha do Minho e Douro, as UDD 450 estão com constantes avarias, o que leva a atrasos, ao não cumprimento de horários e número de comboios. O sistema de climatização não funciona na maioria das composições, a manutenção é quase inexistente, as composições circulam sujas e a maioria estão grafitadas.
Todos estes horrores já levaram a que a CP tivesse que recorrer às antigas UDD 600, sem qualquer conforto, e onde os passageiros são sujeitos a pagar as mesmas tarifas, perdendo qualidade de serviço.
No momento em que vivemos, em que os habitantes do Algarve estão sujeitos a portagens na A22, seria o momento ideal para a alteração de paradigma referente a um serviço de transporte ferroviário de qualidade e ao serviço das populações e do turismo.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª A Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Economia e do Emprego me possa prestar os seguintes esclarecimentos.

1 – Dado que os recursos humanos são insuficientes na linha do Algarve que medidas irão ser tomadas para colmatar este problema?

2 – Que medidas estão programadas para resolver o problema do material circulante na linha do Algarve?

3 – Que motivos levaram a que se chegasse a esta situação na linha do Algarve?